Nuta Bartlett James (Alegrete, 8 de maio de 1885 — Rio de Janeiro, 6 de abril de 1976), ou Benevenuta
Monteiro James, foi uma revolucionária e feminista brasileira.
Vida
Quando Nuta Bartlett James
nasceu, na zona fronteiriça do Uruguai e Argentina,
o segundo Império Brasileiro vivia seus
últimos dias, com duas campanhas populares nas ruas empolgando o povo e as forças
armadas: as da abolição e
da república.
Nuta James era neta dos barões de São Borja.
Seu avô paterno, Victorino José Carneiro Monteiro,
o Barão de São Borja, por exemplo, era um valente
militar, que, embora nascido no Recife,
participou de campanhas memoráveis como a do Uruguai e, por fim, a do Paraguai, tendo antes combatido em Pernambuco,
em Panelas, Miranda e Jacuípe.
Era filha de Victorino Ribeiro Carneiro Monteiro,
que representou sua terra natal, o Rio Grande do
Sul, na Assembléia Constituinte Republicana,
em 1891.
Educada no Colégio Sion, de Petrópolis,
Nuta James contraiu matrimônio em 1911 com o jovem
Bartlett George James (de onde herdou o sobrenome), de origem inglesa,
e eleito deputado federal pelo então Distrito
Federal.
O casal integrou-se de corpo e
alma à campanha de Nilo Peçanha à Presidência da República. Com a derrota de
Nilo Peçanha ante à máquina de corrupção do governo, a casa dos Bartlett James
em Todos os Santos transformou-se num foco de resistência à prepotência do
governo de Epitácio Pessoa, culminando com o levante dos 18 do Forte e
da Escola Militar de Realengo, ambos
sufocados. O marido foi levado preso para a Ilha Rasa, onde ficou incomunicável e a
polícia do célebre Marechal Fontoura, já no governo de Arthur
Bernardes, tentou invadir sua casa, a pretexto de encontrar bombas.
Dona Nuta Bartlett James reagiu à bala, sendo levada para a casa de detenção, onde ficou dois meses e meio
encarcerada, enquanto o marido permaneceu preso por 26 meses.
Devotada à reforma social do
Brasil pelas armas, participou do movimento revolucionário de São Paulo,
em 1924,
sob a chefia do velho general Isidoro Dias Lopes. Entre 1922 a 1930, Dona Nuta Bartlett
James participou de várias conspirações. Mais uma vez o marido foi preso às
vésperas da Revolução de 1930, com a qual estava fortemente
comprometido. O antigo deputado federal foi levado preso para a casa de
detenção em companhia de um filho menor.
Com a capitulação do governo
de Washington Luiz, a 24 de outubro de
1930, Dona Nuta Bartlett James dirigiu-se sozinha à casa de detenção para
libertar o esposo e o filho e, ante o sumiço do diretor do presídio,
o casal assumiu a direção da penitenciária,
evitando a fuga dos presos comuns.
Durante algum tempo prestigiou
o governo provisório de Getúlio
Vargas, porém, quando estourou o Movimento Constitucionalista em 1932, aderiu à revolução
paulista. Vitorioso o governo, Getúlio Vargas encontrou as portas abertas para
implantar o Estado Novo, em 1937, e nunca mais o casal
manteve relações políticas com Getúlio.
Viúva em 1939, iniciou uma
verdadeira via-crucis para completar a educação dos nove filhos, conseguindo
encaminhá-los à sociedade. Só em 1954, com a
redemocratização do país, Dona Nuta voltou ao cenário político, participando da
fundação da União Democrática Nacional, pela qual
disputou uma cadeira de deputado federal, sem êxito, embora tenha obtido
expressiva votação.
Sempre na primeira linha das
campanhas udenistas, lutou por Eduardo Gomes, Juarez Távora e Jânio Quadros.
Foi um dos soldados da batalha de "O Petróleo É Nosso", cujos
comícios, com a presença de Dona Nuta Bartlett James, acabavam sempre
dissolvidos à pata de cavalo pela polícia. Pelo seu entusiasmo, foi eleita para
o diretório nacional da UDN. Participou ativamente das campanhas de 1945, que derrubou Getúlio
Vargas, e de 1964,
que culminou com a vitória do movimento militar.
Sua última presença na vida
política foi em 1974,
quando defendeu a eleição de seu filho Victorino James, eleito por grande
maioria dos votos.
Faleceu a 6 de abril de 1976,
em plena lucidez.
Homenagens
·
Colégio Estadual Nuta Bartlett James, no
município de Nilópolis, no estado do Rio de
Janeiro.
·
Avenida Nuta James, situada no bairro da Barra da Tijuca, próxima a Avenida Armando
Lombardi, cidade do Rio de Janeiro.
·
Rua Benevenuta Bartlet James, situada no centro
de Florianópolis, Santa Catarina.
Nuta Bartlett James (Alegrete, 8 de maio de 1885 — Rio de Janeiro, 6 de abril de 1976), ou Benevenuta
Monteiro James, foi uma revolucionária e feminista brasileira.
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